Ato do Cebrapaz em apoio a Cuba reúne 200 pessoas em SP

Cerca de 200 de lideranças e ativistas de movimentos políticos e sociais brasileiros se reuniram na Câmara Municipal de São Paulo, na quinta-feira (6/5), para condenar a campanha de difamação contra Cuba e expressar solidariedade ao povo cubano e à sua liderança. O ato foi promovido pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), em parceria com os vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, do PCdoB.

O diplomata cubano Lázaro Mendez — que assumirá nesta próxima semana o cargo de cônsul geral de Cuba em São Paulo — ficou surpreso com a presença maciça de movimentos de trabalhadores e entidades organizadas. “Sei que posso trabalhar porque terei a quem chamar e em quem me apoiar”, afirmou Mendez, referindo-se aos representantes de entidades estudantis, sindicatos, movimentos de mulheres e trabalhadores do campo e da cidade presentes no evento.

Mendez substitui Carlos Trejo que comandou o consulado da capital paulista por seis anos. O cônsul em fim de mandato agradeceu a iniciativa da manifestação, enfatizando a importância do apoio brasileiro não apenas para a causa cubana — mas para toda a América Latina. “Para nós, cubanos, a luta pela vida tem valor incalculável”, declarou.

Segundo ele, “em Cuba um operário não morre de fome porque os operários estão no governo como estão os estudantes, os intelectuais e as mulheres”. Ele lembrou ainda que existe um debate em curso naquele país para se caminhar para um socialismo eficiente.

Solidariedade

Militante histórico dos movimentos de solidariedade a Cuba, o vereador Jamil Murad destacou o caráter internacionalista do ato. “Essa demonstração pública de solidariedade reafirma a tradição dos trabalhadores brasileiros em apoiar governos progressistas e comprometidos com transformações sociais”, declarou Jamil.

Representando a Diretoria Nacional do Cebrapaz, o jornalista José Reinaldo Carvalho, secretário de Comunicação da entidade, assinalou que desde a invasão de Playa Girón , na Baia dos Porcos, em abril de 1961, não houve, na história de Cuba, uma campanha anticubana tão furibunda e poderosa como a presenciada na atualidade, baseada em mentiras e calúnias.

José Reinaldo enumerou casos de violações dos direitos humanos pelo mundo, citando crimes do imperialismo contra a humanidade e ressaltou que eventos como este ato ajudam a desqualificar os acusadores. Lembrando que neste domingo, 9 de maio, a humanidade celebra os 65 anos da vitória sobre o fascismo, o dirigente fez analogia entre os crimes do fascismo com os do imperialismo estadunidense.

Segundo Reinaldo, o Cebrapaz se orgulha de pertencer a um amplo movimento de solidariedade a Cuba — orgulho que é o mesmo do povo brasileiro por marchar lado a lado com a nação irmã do Caribe na luta antiimperialista. O dirigente ressaltou ainda que a campanha difamatória contra Cuba faz parte de uma reação do imperialismo ao ascenso do movimento democrático, progressista e antiimperialista na região, de que também o Brasil e seu governo fazem parte.

Nivaldo Santana, representando a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), concluiu que a pluralidade dos apoios no ato demonstra que a causa pró-Cuba é grande e vai crescer. Destacou a proximidade entre a CTB e a Central dos Trabalhadores de Cuba, assim como a terceira edição, em julho, do encontro Nossa América, que vem se fortalecendo como um instrumento de integração latino-americana.

Vivian Mendes, do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, apontou a importância do ato neste momento em que Cuba sofre uma campanha difamatória mundial. “Talvez esta seja uma das mais intensas agressões já sofridas por Cuba e, por essa razão, precisamos intensificar o nosso apoio fazendo um esforço maior”, declarou.

Mídia pró-imperialista

“O povo tomou as ruas no 1º de maio em apoio à revolução, e as eleições para vereadores em Cuba contaram com mais de 95% de participação popular, mesmo com o voto facultativo. Mas esses fatos são ocultados pela mídia mundial”, denunciou Max Altman, do comitê pela libertação dos cinco cubanos presos há 12 anos nos EUA e membro da secretaria de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ricardo Abreu, secretário de Relações Internacionais do PCdoB, frisou que a mídia a serviço do imperialismo norte-americano esconde os crimes dos Estados Unidos e reafirmou a solidariedade do seu partido a Cuba. Já o vereador Eliseu Gabriel, presidente municipal do PSB, sustentou que defender Cuba é ser solidário com a humanidade. “Os exemplos que esse país nos dá em educação e saúde, estimulando uma vida simples e digna, mostra que os que se opõem a esse exemplo estão do lado da barbárie”, atestou Eliseu.

Wander Geraldo, presidente do comitê paulistano do PCdoB, lembrou que, com menos recursos do que os Estados Unidos usam para se armar, Cuba erradica doenças e dá alimento e educação para o seu povo. “É nosso dever apoiar a revolução cubana porque o ideal pregado por ela e as transformações obtidas têm a ver com o ideal de sociedade que nós acreditamos”, defendeu Wander.

“Cuba é o farol da democracia e da liberdade”, definiu Luis Filipe, representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) no ato. De acordo com ele, Cuba é um referencial de avanço na América Latina e uma alternativa concreta ao “modelo de desenvolvimento excludente que impera no mundo”. A presidente da Federação Democrática Internacional das Mulheres (Fedim) Márcia Campos ressaltou que o povo brasileiro não se deixará impressionar pela campanha midiática anticubana.

Da Redação, com informações do Vermelho, Railídia Carvalho e Prensa Latina

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