Israel impede celebração pacífica e assassina 12 palestinos

O presidente da Autoridade Nacional da Palestina, Mahmud Abbas, declarou nesta segunda-feira (16) três dias de luto pela morte de pelo menos 12 manifestantes que marchavam em direção às fronteiras de Israel desde a Faixa de Gaza, Síria e Líbano. “O sangue derramado pela liberdade dos palestinos não será em vão, porque foi derramado pela liberdade e os direitos de seu povo”, afirmou Abbas, condenando a violência e a repressão das manifestações de palestinos no último domingo (15).

Centenas de palestinos marcham em Ramallah para rememorar o Dia da Nakba (Catátrofe), no qual lembram o exílio e a perda de territórios palestinos com a criação, em 1948, do Estado de Israel. Com bandeiras e cartazes, a população se reuniu ao lado do túmulo de Yasser Arafat, na Muqata de Ramallah, para marchar dali até a praça de Al Manara, onde foram realizados discursos e diferentes atos para marcar o 65ª aniversário da Nakba.

Nesta segunda-feira, os tumultos se espalharam para o Egito, onde a polícia antidistúrbios lançou gás lacrimogêneo e munição real para dispersar milhares de manifestantes pró-palestinos do lado de fora da Embaixada de Israel no Cairo.

Os manifestantes reivindicavam o direito de retorno dos milhões de refugiados palestinos a seus lugares de origem, reconhecido pelo direito internacional. Ao meio-dia de ontem, palestinos em várias cidades da Cisjordânia fizeram 65 segundos de silêncio para lembrar a catástrofe que representou a criação do Estado sionista.

Enquanto isso, outra centena de palestinos protestou, atirando pedras no posto de controle israelense de Qalandia. Segundo o serviço de notícias israelense Ynet, não houve registro de feridos.

Os ataques de Israel deixaram pelo menos 12 mortos e uma centena de feridos. Tropas israelenses dispararam contra manifestantes em três locais distintos, no confronto mais mortífero em anos. Em relação às vítimas, o presidente da ANP afirmou que “a vontade do povo é mais forte que o poder das forças opressivas”.

As manifestações ocorrem todos os anos. Tambores, canções patrióticas árabes e palestinas e um desfile de escoteiros uniformizados enfeitavam as ruas, nas quais desfilaram funcionários palestinos, estudantes e moradores nos campos de refugiados dos arredores da capital administrativa da Cisjordânia e sede do governo da ANP.

Repressão de Israel

As forças israelenses abriram fogo em três regiões diferentes – nas fronteiras de Israel com a Síria, o Líbano e a Faixa de Gaza. Fontes da segurança libanesa disseram que mais de 100 pessoas ficaram feridas durante o incidente na cidade fronteiriça de Maroun al-Ras.

No centro comercial de Israel, um caminhão conduzido por um israelense árabe foi jogado contra veículos e pedestres, matando um homem e ferindo 17 pessoas. Testemunhas disseram que o motorista, que foi preso, se descontrolou com o caminhão no meio do trânsito do centro da cidade.

Em Jerusalém, um adolescente palestino foi morto a tiros durante protestos na última sexta-feira. A polícia disse que não ficou claro quem o baleou e que está investigando. O incidente ocorreu no bairro de Silwan, em Jerusalém oriental, onde ocorrem incidentes violentos com frequência. Os palestinos reivindicam Jerusalém oriental como capital do Estado que pretendem criar na Cisjordânia e Faixa de Gaza.

Na fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza, segundo paramédicos, disparos israelenses feriram 60 palestinos quando manifestantes se aproximaram da barreira entre Israel e o enclave comandado pelo Hamas.

Nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde 1967, muitos palestinos e simpatizantes que vivem no país passaram a fronteira com a Síria para protestar. Como resposta, as forças de segurança israelenses, reforçadas no domingo, atiraram nos manifestantes deixando mais mortos e feridos.

Síria condena Israel

A Síria condenou os ataques de Israel contra os palestinos nos territórios ocupados em Golã, Palestina e o sul do Líbano, e negou ataques da polícia local contra opositores em áreas conturbadas. O Ministério Relações Exteriores do país qualificou como práticas criminosas os disparos feitos por soldados israelitas.

O governo de Damasco exigiu que a Comunidade Internacional responsabilize plenamente Tel Aviv pela violência, e recordou que a Síria esteve e estará sempre apoiando o povo palestino e a sua luta de resistência por direitos legítimos.

Nesta segunda-feira (16), líderes palestinos e árabes denunciaram a repressão das forças de ocupação israelenses contra manifestantes que rememoravam o Nakba. A maioria das vítimas foram palestinos refugiados no Líbano desde que seus parentes foram expulsos de suas aldeias e territórios originários em 1948.

Um porta-voz do Exército do Líbano afirmou que dez palestinos perderam a vida quando militares israelenses dispararam balas reais contra manifestantes que se defendiam lançando pedras e tentando derrubar a cerca que separa o território de Israel.

O deputado libanês Hassan Fadlallah qualificou como violação dos direitos humanos a “agressão de Israel aos civis desarmados em Maroun Al-Ras e em Golã” e afirmou que o movimento de resistência libanês, Hizbulah, continuará defendendo a causa palestina”.

Com agências

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