Representantes do Conselho Mundial da Paz (CMP) se reuniram em Caracas, na semana passada, para avaliar a atuação da organização nos últimos quatro anos no continente americano.
Entre as principais ameaças à paz em nosso continente, está a intensificação das agressões imperialistas e dentre elas, as ameaças à República Bolivariana da Venezuela, como destacou a presidente do CMP, Socorro Gomes, em entrevista ao Vermelho.
A presidente do Cebrapaz, no entanto, ressalta que os povos “do continente têm avançado no fortalecimento da consciência, independência e paz”.
Lutas pela paz na América Latina
A ativista destacou a preocupação dos integrantes do CMP com a manobra da oposição venezuelana que tenta criar o caos no país para desestabilizar a campanha do atual presidente Hugo Chávez à reeleição em outubro. “Denunciamos também a resistência [da Inglaterra] de sentar-se à mesa de diálogo para discutir a soberania do povo argentino sobre as Malvinas”, disse.
A Colômbia também recebeu atenção especial: “tiramos uma moção de apoio ao povo colombiano pela construção da paz e contra a perseguição de camponeses e lideranças populares e denunciamos os assassinatos”. A criação da Marcha Patriótica foi considerada pelos participantes como “um grande avanço” na direção da paz naquele país. Por fim, “denunciamos as ameaças à ex-senadora Piedad Córdoba, que é uma valente lutadora pela paz na Colômbia”, pontuou Socorro.
“Denunciamos as recentes ameaças contra a ex-senadora Piedad Códoba, uma das mais importantes líderes deste povo irmão, assim como a desaparição e morte de vários dos líderes do nascente movimento, estes feitos, colocam em evidência a feroz resistência dos setores mais reacionários do governo colombiano e seu cúmplice o imperialismo estadunidense”, indica a moção de solidariedade ao povo colombiano.
Também foi feito um acordo de solidariedade ao povo mexicano, onde denunciam a morte de líderes populares e socias, como jornalistas e lutadores pelos direitos humanos, naquele país.
“Repudiamos veementemente a política dos EUA, que com o pretexto de luta contra as drogas, busca militarizar, ocupar e controlar o México (…) O CMP vigilará atentamente a situação mexicana e, em particular, suas próximas eleições, onde reafirmaremos que o povo mexicano não vai permitir que ocorra novamente uma fraude nos resultados”, aponta o documento.
Desmantelamento da Otan
Um tema caro à paz mundial é o desmantelamento da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), “que é uma organização agressiva, de ataque à soberania e aos povos, com uma concepção de ingerência em todo o mundo.” Como exemplo, Socorro recorre aos recentes fatos no Oriente Médio com “o que tem acontecido em todo o Oriente Médio e norte da África com a Otan atacando os países”.
Durante a reunião também foi aprovada a participação do CMP em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 18 e 20 de maio, em uma manifestação contra a Otan, quando haverá um encontro dos governos que integram a Organização.
“Vamos fazer uma manifestação de rua contra as agressões da Otan e seu desmantelamento. Junto com movimentos de paz dos EUA, que inclusive estavam presentes nesta reunião”, anuncia a presidente. “Milhares de pessoas são esperadas. Na última, em Portugal, tinha 30 mil pessoas contra a Otan. Esperamos que esta seja ainda maior”.
Encontro mundial
A reunião realizada em Caracas foi preparatória para a assembleia que ocorrerá em julho no Nepal. Todos os continentes, com exceção do africano já realizaram seus balanços. Em Kathmandu “vamos fazer a avaliação mundial, traçar nosso [próximo] plano de luta e eleger a nova diretoria”.
Vanessa Silva, com informações do Cebrapaz