Socorro Gomes integra missão de solidariedade ao povo da Venezuela

A Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) realiza uma missão de solidariedade à Venezuela, com o apoio e a participação do Conselho Mundial da Paz (CMP), entre os dias 20 e 28 de fevereiro. A presidenta do CMP e do Cebrapaz Socorro Gomes está em Caracas, onde participou da Tribuna Anti-Imperialista, na quarta-feira (24), ao lado dos representantes de 27 países membros da FMJD. A delegação também foi recebida pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério da Educação e pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Venezuela. Além disso, Socorro participou de um programa de rádio com o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

 Em reunião com movimentos sociais, de juventude e o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Socorro verificou a firmeza da unidade popular neste momento de grandes desafios na defesa da soberania nacional, contra as investidas do imperialismo. A presidenta do CMP e do Cebrapaz enfatizou a necessidade de denúncia dos reais objetivos da oligarquia venezuelana aliada aos interesses estadunidenses: “o saqueio das nossas riquezas e o retorno ao passado”.

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“Os movimentos sociais e indivíduos solidários ao povo venezuelano na defesa da sua revolução bolivariana têm claro o que está em jogo. Acompanhamos com atenção a transformação não apenas da Venezuela desde a chegada do companheiro Hugo Chávez ao governo da nação, mas de toda a América Latina. O processo de afirmação da soberania nacional, para dentro e para fora do país, foi assentado no caminho da democracia e da libertação bolivariana,” continuou Socorro.

“Pela primeira vez em nossa história, nossos povos têm cada vez mais motivos de orgulho, vêm sua luta por justiça e mudanças, ainda árdua e ainda necessária, finalmente respeitada. Nossa trajetória é certamente transformadora, mas a mudança e a justiça não interessam às oligarquias que ainda encontram no governo estadunidense, sobretudo, seu principal respaldo e até motivação.”

Socorro participou de uma coletiva de imprensa ao lado do presidente da Comissão de 
Relações Exteriores da Câmara venezuelana deputado Yul Jabour, do secretário 
executivo do CMP, Iraklis Tsavdaridis, entre outros membros, em 26/2.
Foto: Prensa AN (Asamblea Nacional) 

Para Socorro, é emblemático notar algumas mudanças nas explorações anteriores que beneficiavam os Estados Unidos, como a reavaliação das exportações de petróleo para o país. Antes do governo chavista, nota, os EUA pagavam apenas 1% de impostos sobre o comércio do combustível, mas ao assumir o governo, Hugo Chávez alterou a taxa para 30%, integrando os recursos mais estratégicos do país à sua empreitada pelo desenvolvimento nacional soberano.

O propósito da missão de solidariedade e dos eventos ao longo dos dias – como foi a Tribuna Anti-Imperialista realizada em plena Praça Simón Bolívar – é denunciar as tentativas de golpe e apoiar o povo venezuelano na defesa do processo democrático-bolivariano instaurado pelo comandante Hugo Chávez. Socorro disse que ouviu diversas denúncias sobre a entrada de sicários, ou mercenários, vindos da Colômbia para aderir aos intentos golpistas na Venezuela, o que apenas adiciona gravidade à situação. A presidenta do CMP também participou de uma coletiva de imprensa, ao lado do presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara venezuelana, o deputado Yul Jabour, do secretário executivo do CMP, Iraklis Tsavdaridis, entre outros membros. 

Afirmar a solidariedade internacional e a unidade popular anti-imperialista

Nesta sexta-feira (27), data emblemática dos levantes venezuelanos contra a opressão, o país também marca os 26 anos do “Caracazo”, episódio inaugurado por uma rebelião popular contra as medidas neoliberais – “El Paquetazo” – do governo Carlos Andrés Péres, dominado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e que foi violentamente reprimida pelas autoridades, resultando no massacre de centenas de pessoas. Até hoje a cifra real das vítimas não é conhecida, mas o episódio representa a revolta dos venezuelanos contra medidas anti-populares que à época provocaram a liberação de preços e taxas de juros, aumento do preço da gasolina e do custo dos serviços públicos, entre outras, promovendo a privatização de empresas públicas, escassez de alimentos, aumento da insegurança e outros motivos que empobreciam o povo. 

Os delegados na missão de solidariedade reuniram-se com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Cunamá, estado de Sucre, onde também comemoram simbolicamente o aniversário de 70 anos da fundação da FMJD (10 de novembro de 1945) e da derrota do fascismo, principal bandeira de resistência da juventude democrática à época. De acordo com a Prensa Latina, Maduro pediu aos membros da FMJD representando o Oriente Médio, a América Latina, o Caribe e a Europa que transmitissem às suas organizações a mensagem de que “chegou a hora do povo”. O presidente garantiu que o processo bolivariano resistirá firmemente às agressões imperialistas e de seus aliados no país.

“A revolução bolivariana, jovens do mundo, continuará com a sua Constituição, esta terra sagrada nunca será tocada pelo imperialismo e por isso temos um povo consciente e forte e forças armadas coesas”, disse Maduro. “O plano de Chávez era ver o jovem rebelde e anti-imperialista e as nossas forças armadas preservando a sua missão histórica de cuidar das pessoas com base no pensamento de heróis como Simon Bolívar”, acrescentou.

socorroEm reunião com o ministro da Educação da Venezuela, Hector Rodríguez (terceiro da dir. para a esq.) 
Foto: Mateus Fiorentini

Para Socorro, “na batalha árdua com as investidas externas e internas contra o rumo progressista inaugurado pelo comandante Hugo Chávez e encaminhado pelo presidente Nicolás Maduro, a intervenção do governo venezuelano para garantir o abastecimento de gêneros de primeira necessidade, respondendo à ofensiva desestabilizadora, busca evitar que a população fique desprovida e também o consequente caos político, intencionado pelos golpistas. Além disso, o presidente Maduro enfrenta as pretensões de ingerência do governo dos Estados Unidos, que ameaça o governo bolivariano com sanções, em claro desvio do direito internacional.”

A presidenta do CMP saudou a declaração recente dos chanceleres da Unasul a respeito da ingerência estadunidense como um tema de preocupação para toda a região, cuja estabilidade é ameaçada pelas sanções e pela intervenção norte-americana. Os chanceleres afirmaram a necessidade de defesa da Venezuela e dos países da América Latina contra qualquer ameaça externa que afete a prosperidade e a paz.

Em discurso na Praça Simón Bolívar, Socorro expressou o apoio do Conselho Mundial da Paz ao povo venezuelano na defesa da sua soberania, contra a orquestração de mais um golpe, inclusive através da aliança com a elite nacional e a extrema-direita antipatriótica. “Que o rumo anti-imperialista traçado por Chávez sobre o exercício da soberania venezuelana, mantido pelo presidente Maduro, seja livre das investidas do império. A unidade dos civis e das forças armadas contra o golpe que se orquestra será vitoriosa para assegurar a paz no processo democrático e bolivariano,” enfatizou.

Do Cebrapaz

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