Entre as mais recentes manifestações de solidariedade ao povo brasileiro na luta contra o golpe parlamentar-jurídico-midiático, recebemos as declarações e análises divulgadas pelo boletim Tricontinental – inclusive da Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL) – e pelo coletivo de movimentos, organizações e espaços civis que se articulam pela “Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo”. Leia a seguir alguns trechos ou acesse os links.
Somando-se às diversas demonstrações de respaldo à resistência diante da investida reacionária, o coletivo engajado na Jornada afirma que o golpe “expressa a dominação patriarcal a favor das grandes empresas, cujos efeitos, além de vulnerabilizarem a democracia e os direitos políticos dos brasileiros e brasileiras, beneficiam as elites econômicas internacionais e locais.”
Em nota encaminhada nesta quarta-feira, 7 de setembro, Dia da Independência, o grupo identifica o governo ilegítimo de Michel Temer e os setores golpistas enquanto “instrumentos do capital financeiro, do agronegócio, das multinacionais, principais beneficiários da abertura econômica, das privatizações e da entrega dos bens comuns”.
O coletivo, impulsionado em 2015, quando os seus membros reuniram-se para comemorar os 10 anos da derrota do Acordo de Livre-Comércio das Américas (Alca), enfatiza que as consequências do golpe “serão sofridas pelos setores historicamente mais vulnerabilizados, os camponeses, os trabalhadores, os afrodescendentes, os povos indígenas, as crianças e os idosos.”
Além disso, o grupo reafirma que a investida é parte da estratégia para fraturar os mecanismos de integração regional soberana e, neste sentido, denuncia também a direita reacionária na Venezuela, no cômpto da contraofensiva reacionária na região, respaldada pelo imperialismo estadunidense. Reunidos no Uruguai, em 1º de setembro de 2016, dia seguinte ao golpe no Brasil, o coletivo expressou sua solidariedade e considerou a ação “um golpe contra toda a Nossa América”.
“Nesta articulação de unidade e luta dos movimentos sociais populares, seguiremos alertas contra os avanços neocoloniais que atentam contra a integração e os direitos dos povos. Neste sentido, convidamos aos demais movimentos e organizações populares a somarem-se na construção de uma grande Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, no póximo 4 de novembro.”
No boletim Tricontinental da OSPAAAL – que pode ser consultado aqui (em espanhol) – estão as declarações de apoio ao povo brasileiro da Articulação Continental de Movimentos da ALBA, emitida no mesmo dia do golpe, 31 de agosto, e a do Comitê Internacional pela Paz, a Justiça e a Dignidade dos Povos, além da análise de Emir Sader. A OSPAAAL apresenta sua “mais firme condenação contra o golpe reacionário no Brasil”, assim como o “respaldo inequívoco a Dilma, a Lula, ao Partido dos Trabalhadores e a todo o povo brasileiro.”
Cebrapaz
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