Em 1º de setembro de 1939, a invasão da Polônia pela Alemanha fazia eclodir, como um episódio incendiário assim identificado por muitos historiadores, a segunda grande guerra mundial em menos de meio século. Mais uma vez, povos inteiros foram vitimados pela brutalidade imperialista, no avanço do nazismo e do fascismo, envolvendo diretamente mais de 30 países e todas as potências da época.
Vários conflitos já ocorriam pela Europa e pela Ásia, um contínuo de confrontos e articulações agressivas que levou muitos estudiosos a classificar a que se convencionou denominar “Segunda Guerra Mundial”, na verdade, como uma sequência da primeira, entre 1914 e 1918. Muitos dos atores envolvidos nas duas grandes guerras foram os mesmos e muitos dos interesses, também.
A presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes aponta que “a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939 é apontada como o evento que fez eclodir o conflito mais fatal da história da humanidade, a 2ª Guerra Mundial, causando a devastação disseminada e a morte de mais de 60 milhões de pessoas, o que equivalia a mais de 2,5% da população global”.
O nazismo e o fascismo, continua, “avançaram na guerra contra os povos. A grande maioria dos mortos era de civis inocentes e episódios horrendos como o holocausto de judeus, eslavos, negros, ciganos e outros povos nunca podem ser esquecidos.”
O período que se segue à grande crise de 1929 é identificado também por historiadores como um processo de reação das elites. Os conflitos são intensificados deliberadamente por essas elites políticas e econômicas que buscavam uma saída da crise à custa dos povos. Todas as grandes potências envolveram-se diretamente na guerra, marcada por bombardeios deliberados a regiões povoadas e locais estratégicos, principalmente de indústria.
Fábrica de mísseis na Inglaterra. Fonte: War Museum
Vários conceitos foram revistos com base na brutalidade imposta aos civis, para a formulação de princípios do Direito Internacional Humanitário. Além disso, os Estados Unidos inauguraram a bomba nuclear, despejando toneladas de urânio e plutônio sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, causando o genocídio de mais de 200 mil japoneses quase instantaneamente e deixando ainda efeitos duradouros.
“Episódios e métodos brutais foram acompanhados de articulações políticas com agendas imperialistas que levaram inúmeros movimentos sociais a reagir, unindo-se, em todo o mundo, em prol da luta pela paz, contra a dominação, em torno da solidariedade internacional. As marcas históricas de uma das maiores tragédias da humanidade devem ser recordadas para fortalecer a luta global contra o imperialismo e em defesa dos povos”, enfatiza Socorro, pontuando a atualidade deste debate para a resistência contra a dominação e a guerra.