NOTA | Cebrapaz repudia sequestro de ativistas da Flotilha Liberdade para Gaza por Israel e demanda ação imediata

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ) repudia mais um crime de Israel, no quadro do genocídio corrente do povo palestino, e manifesta a sua irrestrita solidariedade aos valentes ativistas da embarcação Madleen, da coalizão internacional Flotilha da Liberdade, que foram interceptados e sequestrados pela marinha israelense na madrugada desta segunda-feira (9/06).

Fonte: Rastreador da Flotilha pela Liberdade para Gaza (9 de junho de 2025 às 19h32 / GMT+1)

Os e as solidários/as são Baptiste Andre (França), Greta Thunberg (Suécia), Mark van Rennes (Holanda), Omar Faiad (França), Pascal Maurieras (França), Reva Viard, (França), Rima Hassan (França, membro do Parlamento Europeu), Sergio Toribio (Espanha), Suayb Ordu (Turquia), Thiago Ávila (Brasil), Yanis Mhamdi (França), e Yasemin Acar (Alemanha). 

Israel já atacou brutal e covardemente outras embarcações solidárias no passado. Em 2010, a marinha israelense abordou e invadiu o Mavi Marmara, um dos navios de uma flotilha que levava médicos, políticos e outros ativistas de mais de 40 países com assistência humanitária, incluindo equipamentos como incubadoras para bebês e remédios. As forças israelenses mataram nove tripulantes. E recentemente, o Conscience foi impedido de cumprir a mesma missão do Madleen, quando foi atingido por drones, em maio

Um dos objetivos dessas missões é fazer o que a chamada comunidade internacional tem sido incapaz mesmo diante do genocídio corrente, que já dura vinte meses: romper um bloqueio ilegal à Faixa de Gaza arrastado há 18 longos anos, que impede os palestinos de viver uma vida decente, e neste período, de receber os bens mais essenciais à sobrevivência, como amplamente noticiado. Já é passado o limiar da catástrofe humanitária, o uso da fome como arma de guerra é notório e este é, está evidente, um massacre imediato e a longo prazo de crianças e civis em geral, a serviço da limpeza étnica do povo palestino.

Mas as flotilhas ainda visam continuar chamando a atenção do mundo para essa situação constante para lá do período de genocídio, indo portanto ao encontro de uma população de dois milhões de pessoas a quem o mesmo movimento é vedado, sob condições insustentáveis criadas por decisões políticas e militares, como denuncia a coalizão – portanto, condendando e tornando pública a cumplicidade dos diversos atores que permitem a Israel continuar impune, especialmente os Estados Unidos.

Em geral, Israel tem também visado e perseguido ativamente a solidariedade internacional com o povo palestino, seja impedindo a entrada, detendo ou deportando incontáveis pessoas solidárias – inclusive parlamentares, jornalistas, acadêmicas, entre outras; seja empenhando-se pela censura, a intimidação e a difamação, especialmente através de organizações sionistas em diversos países. O alvo, sempre, é o povo palestino, que Israel busca isolar, controlar e expulsar.

Neste sentido, saudamos a Flotilha da Liberdade e estamos lado a lado na missão de levar solidariedade real e concreta ao povo palestino na sua luta por justiça, dignidade e liberdade. Por isso, exigimos aos governos dos cidadãos a bordo no Madleen, inclusive o brasileiro, passos imediatos pela libertação dos ativistas, ao tempo em que reforçamos a mensagem urgente da nossa missão coletiva, pelo fim do genocídio do povo palestino, o fim do bloqueio ilegal, o fim da ocupação e da colonização israelense e a liberdade da Palestina. É urgente que estas demandas e o repúdio global transformem-se em medidas concretas como o boicote a Israel, com a ruptura imediata de relações comerciais, militares e diplomáticas.

Ativistas de sete países estão a bordo do Madleen. Foto: Arquivo FFC.