NOTA | Israel continua o massacre em Gaza

O cessar-fogo em Gaza, iniciado dia 10 de outubro de 2025, celebrado pela resistência palestina e o Estado sionista de Israel, com a chancela dos mediadores do Catar, Egito, Turquia e Estados Unidos como um respiro após dois anos de horror, tem sido constantemente violado pelo Estado agressor, causando a revolta do povo palestino e o repúdio dos movimentos de solidariedade no mundo.

Em pouco mais de um mês desde a sua assinatura, Israel já violou o acordo mais de 290 vezes, transformando o que deveria ser um período de trégua em mais uma etapa do genocídio em curso contra o povo palestino.

A pausa nas hostilidades, que prometia devolver aos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza um mínimo de alívio, foi rapidamente substituída pela continuidade dos ataques seletivos, das incursões militares e dos bombardeios esporádicos, todos justificados pelo mesmo discurso de “autodefesa” que há décadas serve de cortina para a limpeza étnica e a ocupação colonial.

O resultado é que, mesmo sob o cessar-fogo, os palestinos continuam morrendo diariamente, em suas casas, nas tendas improvisadas, nos hospitais destruídos e nas filas por alimentos e água.

Segundo estimativas da respeitada revista científica The Lancet, em dois anos de agressão sionista, mais de 328 mil palestinos foram assassinados e mais de 200 mil ficaram feridos, muitos com sequelas permanentes.

Além disso, os corpos de mais de 12 mil pessoas permanecem sob os escombros das cidades arrasadas, testemunhos silenciosos da destruição quase total da infraestrutura civil da Faixa de Gaza, na qual hospitais, escolas, mesquitas, universidades e sistemas de energia foram reduzidos a escombros que levarão décadas até serem removidos totalmente.

Enquanto o mundo alimenta expectativas nas negociações de paz, Israel continua a agir com total impunidade, amparado pelo apoio político, militar e financeiro do imperialismo estadunidense e de seus cúmplices europeus. O cessar-fogo, portanto, é usado pelos sionistas israelenses e seus apoiadores imperialistas como um instrumento de propaganda, usado para aliviar a pressão internacional sem interromper o objetivo estratégico: esvaziar Gaza de seu povo e destruir a resistência palestina.

A cada nova violação, o estado sionista reafirma seu desprezo pelo direito internacional e pela vida humana.

Ao mesmo tempo, despontam a força e a dignidade de um povo que, mesmo em meio à ruína, insiste em resistir. Gaza segue viva. Não por causa da trégua, mas apesar dela. Porque cessar-fogo, com a continuidade da ocupação e do genocídio, não é paz. É apenas a continuação da guerra por outros meios.

São Paulo, 14 de novembro de 2025 . A Comissão Executiva Nacional do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz

Foto: Reuters / Fadi Whadi