A publicação de cerca de 250 mil documentos confidenciais do governo estadunidense pelo portal digital Wikileaks deixa o império nu, segundo o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Caiu-lhe a máscara, se é que talvez ainda estava posta", apontou na noite desta segunda-feira (29) no Palácio de Miraflores.
De acordo com o presidente, as manobras descobertas localizam Washington na categoria de "um Estado frustrado e ilegal, que há tempo deixou de lado toda ética".
As mensagens diplomáticas difundidas pela polêmica página refletem os mesmos ataques contra políticos e países declarados inimigos por Washington também contra seus aliados.
Irã, República Popular Democrática da Coreia, Venezuela, Líbia e China aparecem como alvo de comentários vinculados à espionagem norte-americana, da mesma forma que governos afins à Casa Branca, entre eles os da Alemanha, Paquistão, França, Itália e Arábia Saudita.
Mandam espionar fatores biométricos, observação de presidentes, instituições e até do Secretário Geral da ONU, assinalou Chávez ao abordar o tema do Wikileaks, há dias em pauta.
Para o líder venezuelano, nos círculos estadunidenses de poder deveriam acontecer renúncias pelo escândalo desatado. "Aí deveria renunciar alguém, não digo que seja o presidente Barack Obama, deveria cair toda a estrutura pelo menos por vergonha", estimou.
Em particular, mencionou a secretária de Estado, Hillary Clinton, que segundo meios de comunicação tem passado horas no telefone tentando explicar aos aliados de Washington o ocorrido.
Clinton realizou também uma breve intervenção diante de jornalistas, sem aceitar perguntas, na qual qualificou de ilegal a publicação de informações secretas e a considerou uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos e outros países.
As declarações da ex-primeira dama e senadora por Nova Iorque foram interpretadas como um reconhecimento à veracidade dos relatórios revelados e uma tentativa desesperada de frear uma possível avalanche diplomática.
Chávez assegurou que Wikileaks demonstrou uma vez mais que Washington não tem amigos, apenas interesses. Ante tal situação, o estadista venezuelano chamou a fortalecer os mecanismos de integração regional, como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a União de Nações Sul-americanas.
Também insistiu na necessidade de estreitar laços em todos os continentes para promover o multilateralismo nas relações internacionais.
Fonte: Prensa Latina