O Brasil é responsável pela maior parte desse aumento, o que indica, para o Sipri, uma tentativa de “projetar poder e influência”. De 2009 para 2010, a alta foi de 9,3%. “(O Brasil) está proativamente buscando projetar seu poder e influência além da América do Sul por meio da modernização de seu setor militar”, diz o relatório.
O relatório aponta ainda que “o contínuo aumento na América do Sul é surpreendente, tendo em vista a falta de ameaças militares reais na maioria dos estados e a existência de necessidades sociais mais urgentes”, afirma Carina Solmirano, especialista em América Latina do projeto de Gasto Militar do Sipri, no resumo do relatório.
Além do Brasil, outro destaque na região é a Colômbia. O aumento é contínuo no país pelo menos desde 2001 – 72% no total. Os atuais US$ 10,7 bilhões gastos por ano são resultado de crescimento de 7,2% em 2010. A Venezuela, por sua vez, apresentou redução de 27,3%.
O gasto militar se refere a todo gasto de governo nas forças militares atuais e suas atividades, incluindo salários e benefícios, gastos de funcionamento, compra de armas e equipamentos, construção militar, investigação e desenvolvimento, administração central de comando e apoio. O gasto com armas, portanto, representa uma parte do total.
No mundo
A taxa de crescimento do gasto militar nos Estados Unidos desacelerou em 2010, ficando em 2,8%, comparado com a média de crescimento anual de 7,4% entre 2001 e 2009. No entanto, o aumento global, de U$$20,6 bilhões de dólares, em 2010 se deve quase inteiramente aos Estados Unidos, cuja parte representou US$19,6 bilhões de dólares.
Os EUA aumentaram seu gasto militar em 81%, desde 2001, e agora representa 43% do total global, ou seja, seis vezes mais que o segundo lugar, a China. “Os Estados Unidos representam a carga militar mais alta fora do Oriente Médio”, afirma o Dr. Sam Perlo-Freeman, chefe do projeto de Gasto Militar do Sipri, no resumo do relatório.
Na Europa, onde o gasto militar caiu 2,8%, os governos tiveram que cuidar de seus altos déficits orçamentários, implementando, previamente, uma série de pacotes de estímulo em 2009. Mesmo sem ter enfrentado grande recessão nos últimos anos, o crescimento econômico nos países da Ásia desacelerou em 2009, enquanto o gasto militar continuou crescendo mais rápido. No Oriente Médio, o gasto chegou a US$ 111 bilhões em 2010, aumento de 2,5%. O líder da região é a Arábia Saudita.
Fonte: Agência Adital