A Autoridade Nacional Palestina (ANP) sublinhou nesta sexta-feira (2) que “não retrocederá” em seus esforços para que a ONU a reconheça como Estado independente, enquanto que Israel condicionou o desbloqueio de dinheiro a uma suposta suspensão dessa iniciativa.
O chefe de negociações pelo lado palestino, Said Erekat, destacou que o propósito do reconhecimento como Estado segue de pé, ainda que seja impossível ter sucesso devido ao veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança.
Ao falar para a agência de notícias Maan, Erekat advertiu que a ANP persistirá em sua ofensiva diplomática até que “se respeite nosso direito a estabelecer um Estado nas fronteiras prévias a 1967”, ano em que se produziu a invasão e ocupação israelense.
Lembrou que a liderança palestina decidiu continuar com seu plano, inclusive sabendo de antemão o veto estadunidense à iniciativa, a qual – adiantou – voltará a submeter à votação “no futuro breve”.
Em declarações nesta semana na Áustria, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, disse que o pedido perante a ONU significava salvar a solução “dois Estados” (um palestino e outro israelense), e pediu a seu povo que não se sinta frustrados pela falta de progressos até agora.
“Não vamos voltar atrás (…) fomos ao Conselho de Segurança, iremos uma segunda vez, e uma terceira. Não nos renderemos”, afirmou Abbas.
Os comentários de Erekat foram logo depois de Israel anunciar que desbloqueará fundos de milhões de dólares que congelou da ANP em represália por sua aceitação como Estado na UNESCO.
O dinheiro corresponde a impostos alfandegários e outras despesas que Israel cobra a nome dos palestinos e transfere a cada mês à ANP como parte de acordos internos.
Fontes do governo do primeiro ministro Benjamín Netanyahu disseram que o dinheiro ficaria livre a raiz de pressões dos Estados Unidos e União Europeia que tentam destravar as negociações de paz, apesar de que mantêm uma evidente parcialidade com o Estado sionista.
Netanyahu disse que o desbloqueio se faria após a ANP suspender o que definiu como “ações unilaterais” para ser reconhecida na ONU, mas ameaçou “reconsiderar” a decisão se os palestinos retomarem essas ações diplomáticas.
Fonte: Prensa Latina