O Fórum Social Mundial aconteceu na Tunísia, entre 24 e 28 de março, num ambiente diverso de solidariedade entre os povos na luta por um mundo melhor, mais justo e pela paz. Na capital do país norte-africano, representantes de organizações de todo o mundo (inclusive uma delegação brasileira de quase 200 pessoas de diversos movimentos sociais) debateram o contexto internacional de doméstico de vários países na busca e defesa da soberania popular, por mais mais participação política, por um modelo alternativo socio-político, saídas justas à crise internacional do capitalismo, a democratização dos meios de comunicação, entre outras pautas prioritárias e comuns a movimentos sociais. O Cebrapaz também participou do evento e das grandes marchas realizadas em torno da solidariedade entre os povos do mundo.
Além das atividades de elevada participação na Casa Brasil, onde mesas de debate centraram-se na justiça social e na participação política, várias outras atividades, inclusive autogestionadas, discutiram a militarização do mundo, a questão palestina e a violência persistente do sionismo, a ocupação marroquina do Saara Ocidental, a situação na Tunísia após o processo de derrubada de um governo autocrático e as mudanças complexas da dinâmica política nos últimos anos, os conflitos na África também vitima do neocolonialismo, as ameaças aos governos progressistas na América Latina, a luta das mulheres, dos negros, dos jovens e dos movimentos sociais em geral, com assembleias que buscaram convergências a nível mundial.
Para representantes de vários movimentos sociais brasileiros, apesar das questóes em discussão a respeito do alcance do FSM, do seu método e formato, o evento segue propiciando um importante e amplo espaço de debate ainda crucial para a encruzilhada que os povos enfrentam juntos. Moara Crivelente, cientista política e membro do Cebrapaz, representou-o no evento em Túnis.
A unidade diante da luta anti-imperialista e contra o capitalismo explorador, o militarismo e a opressão dos povos também foi central. Neste sentido, pautas sociais dos diversos movimentos presentes, com suas atividades em seus próprios países, foram identificados na correspondência entre as lutas dos povos.
Duas grandes marchas, na abertura e no final do FSM, reuniram as bandeiras das várias entidades em torno da luta pela paz e pela soberania popular, com motes centrais como a “solidariedade entre os povos do mundo inteiro”. O clima não era de insegurança e a insistência do império em centrar-se em termos como a “guerra contra o terrorismo” não prevaleceu.
Embora os movimentos presentes tivessem enfatizado o rechaço completo a este tipo de violência, as diversas camadas da luta popular inclusive contra o imperialismo desestabilizador deu o tom para os momentos de concentração massiva pelas ruas de Túnis e também nas atividades e assembleias realizadas sobretudo na universidade. Os movimentos sociais reforçaram seu compromisso de luta contra todas as formas de opressão e discriminação, pela paz, por mais justiça, mais democracia e pela soberania e solidariedade entre os povos.
Cebrapaz