Entre 23 e 26 de setembro, o embaixador da Palestina no Brasil Ibrahim Alzeben visitou Rio Branco, capital do Acre, com extensa agenda de divulgação da causa palestina. Já à chegada, foi recebido na Casa de Abrain Fahat, militante histórico das causas humanitárias que, no Acre, tornou-se referência da luta pela libertação da Palestina. Na ocasião foi oferecido um concorrido café regional seguido de uma roda de conversa, onde Alzeben expôs os principais pontos reivindicados pela Palestina nas rodadas de negociação com Israel.
No dia 24, pela manhã, Ibrahim Alzeben foi recebido pela prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, e à tarde, pelo governador do Acre, Tião Viana. O embaixador expôs às autoridades acreanas a gratidão do povo e do Estado da Palestina pela solidariedade manifesta pelo Estado do Acre à sua causa em diversas ocasiões. Em ambas as conversas, Alzeben atualizou a prefeita e o governador sobre a conjuntura da luta pela efetivação dos tratados internacionais que reconhecem o direito do povo palestino a um Estado soberano.
No dia 25, o embaixador foi recebido pela reitora em exercício da Universidade Federal do Acre (UFAC), Ednaceli Damaceno, e pelos pró-reitores daquela instituição. A reunião firmou o compromisso da constituição, na UFAC, de um núcleo de estudos de Relações Internacionais com vistas à constituição de um curso da mesma disciplina, para o qual a Embaixada da Palestina se dispôs a contribuir com os fundamentos científicos de uma teoria das RI contra-hegemônica.
No mesmo dia, Ibrahim Alzeben proferiu uma conferência no Teatro Universitário para alunos e professores dos cursos de Direito, Economia e Filosofia. Nessa ocasião, o Núcleo do Cebrapaz no Acre apresentou uma nota de solidariedade à luta do povo palestino por sua autodeterminação e pelo reconhecimento de seu estado com fronteiras contínuas (sem muros), com sua capital em Jerusalém Oriental. O texto foi lido em árabe e português como símbolo da amizade entre os dois povos.
No texto, o Cebrapraz-AC denunciou as consequências da Nakba, a “Catástrofe” palestina (o massacre de mais de 15 mil pessoas, a destruição de cerca de 500 vilas e a expulsão de aproximadamente 750 mil pessoas, que tiveram que buscar refúgio, em 1947-1948).
Hoje são mais de cinco milhões os palestinos registrados como refugiados pela Agência das Nações Unidas para Assistência e Trabalhos para os Refugiados da Palestina (UNRWA). O seu direito ao retorno, como destaca o manifesto, é uma das principais reivindicações na luta palestina.
O texto ainda enfatiza a defesa do Estado da Palestina nas fronteiras anteriores à guerra de junho de 1967 (quando Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, entre outros territórios árabes), com Jerusalém Oriental como sua capital, do fim da ocupação militar israelense e da efetivação do estatuto da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas, onde ainda tem estatuto de estado observador não-membro.
Já no dia 26, por iniciativa do vereador Eduardo Farias (PCdoB), houve uma Sessão Solene na Câmara de Vereadores de Rio Branco, com o embaixador da Palestina, que em seguida regressou a Brasília.