O movimento da paz e as forças democráticas e progressistas de todo o mundo celebram todo 19 de abril o Dia de Ação Mundial em Solidariedade com o Povo da Venezuela. Neste 2021, o evento foi realizado no domingo (18), virtualmente, pelo Conselho Mundial da Paz (CMP), o Comitê de Solidariedade Internacional (COSI) da Venezuela, e o Conselho da Paz dos Estados Unidos. A presidenta do CMP Socorro Gomes participou – leia a sua fala, na matéria.
A data para a ação mundial em apoio ao povo venezuelano em defesa da sua autodeterminação e da soberania nacional foi selecionada em homenagem ao dia da Declaração de Independência da Venezuela, em 1810, e assim definida pelo Conselho Mundial da Paz (CMP) para entrar no calendário anual de tarefas da entidade em 2015.

No evento deste domingo (18), transmitido ao vivo, falaram a presidenta do CMP, Socorro Gomes; Gabriel Aguirre, secretário-geral do COSI-Venezuela; Carlos Ron, presidente do Instituto Simón Bolívar; o coordenador da Iniciativa de Paz da África do Sul Chris Mathlako; a coordenadora do Comitê da Paz e Solidariedade de Israel e parlamentar Aida Touma-Sliman; Margaret Flowers, membro do Comitê Executivo do Conselho da Paz dos EUA; Aran Kumar, secretário-geral da Organização de Paz e Solidariedade de Toda-Índia; e Iraklis Tsavdaridis, secretário executivo do CMP. O moderador foi Bahman Azad, secretário-executivo do Conselho da Paz dos EUA.
O evento pode ser assistido a seguir. Leia também a fala de Socorro Gomes, abaixo.
Dia de Ação Mundial em Solidariedade com o Povo da Venezuela
Webinário realizado pelo Conselho Mundial da Paz, o Comitê de Solidariedade Internacional da Venezuela
e o Conselho da Paz dos EUA – 18 de abril de 2021
Intervenção de Socorro Gomes, Presidenta do Conselho Mundial da Paz
Queridas companheiras e queridos companheiros,
É uma honra participar neste evento, pelo Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Venezuelano, protagonista da Revolução Bolivariana. Nesta ocasião, o Conselho Mundial da Paz associa-se ao povo de Bolívar e Chávez, à direção revolucionária e patriótica do país, seu líder, o presidente Nicolás Maduro, e ao COSI – Comitê de Solidariedade Internacional.
Aproveito para expressar minhas congratulações pela passagem do 50º aniversário desta importante organização social, ativo membro do Conselho Mundial da Paz.
O COSI, fundado em 1971, desempenha importante papel na luta pela paz na região latino-americana e caribenha, pela integração da região, com soberania, autodeterminação, democracia, desenvolvimento social pleno, justiça e direitos humanos.
É admirável a atividade desenvolvida pelo COSI para promover a solidariedade entre os povos de todo o mundo, reafirmando sempre os ideais bolivarianos, como ideal comum aos povos latino-americanos e do mundo. Desejamos novas e maiores vitórias ao COSI, nas primeiras fileiras da batalha em defesa, pela consolidação e aprofundamento da Revolução Bolivariana de seu país.
Queridas e queridos companheiras e companheiros,
O Conselho Mundial da Paz sente-se honrado por compartilhar com centenas de organizações sociais e políticas de todo o mundo ações de solidariedade com a Venezuela por ocasião do 19 de abril.
Estas ações de solidariedade com a Pátria de Bolívar e Chávez são tanto mais necessárias, quanto constatamos a infame e caluniosa campanha contra o povo venezuelano e sua liderança por parte do imperialismo estadunidense e seus meios de comunicação, que se transformaram em verdadeiras usinas de mentiras e desinformação.
Esta campanha tem por objetivo promover o isolamento político e diplomático da Venezuela e abrir caminho para golpes, intervenções e agressões à soberania nacional do país. Seus promotores pretendem e tentam quebrar a unidade do povo venezuelano, minar sua moral, abater seu ânimo e derrotá-lo.
A solidariedade com a Venezuela é ainda mais imperiosa no momento em que o bloqueio e as sanções econômicas, comerciais e financeiras mostram sua face mais cruel, quando o país enfrenta os efeitos da pandemia da covid-19, e se agravam as dificuldades do povo em matéria de abastecimento de combustíveis, as carências de alimentos e medicamentos e nos serviços públicos.
O Conselho Mundial da Paz defende o fim imediato das sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos. É necessário unir e mobilizar forças em todo o mundo em torno dessa causa, como medida indispensável à defesa da vida do povo venezuelano, uma causa humanitária a ser defendida por todos os amantes da paz e defensores da autodeterminação dos povos, contra a guerra econômica e o recrudescimento da política de ingerência dos EUA contra a Venezuela.
O criminoso bloqueio imposto pelos Estados Unidos à Venezuela é o principal obstáculo para o povo venezuelano enfrentar os problemas sociais, entre estes os ocasionados pela pandemia da covid-19, pois impede o acesso a vacinas, equipamentos hospitalares e medicamentos.
É imperioso que se tomem medidas em todo o mundo para promover o acesso equitativo às vacinas, para dar condições de uma imunização massiva ainda em 2021, principalmente nas nações mais vulneráveis. Denunciamos com veemência a reserva de mercado e o açambarcamento das vacinas pelos países ricos.
Nesse sentido, saudamos a decisão tomada no âmbito da Alba – Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América de criar um banco de vacinas. Nesta cooperação, Cuba, país irmão da Venezuela e de todos os povos latino-americanos e caribenhos, desempenha relevante papel, pois está na vanguarda do desenvolvimento de vacinas, como mostra o êxito nos ensaios clínicos da vacina cubana Soberana 2.
Ao reafirmar esta posição de princípios, denunciamos a postura do novo governo estadunidense encabeçado pelo presidente Joe Biden que renovou a vigência da famigerada ordem executiva que desde 2015 impõe sanções unilaterais à Venezuela.
A ofensiva imperialista contra a Venezuela é coadjuvada pela ação desestabilizadora dos governos de direita vigentes na região. Denunciamos o governo de Jair Bolsonaro, no Brasil, que apoia os golpistas venezuelanos e ainda hoje respalda Juan Guaidó e seu governo fictício, mesmo depois da completa desmoralização internacional desse obscuro político.
No ano passado, o governo Bolsonaro e as Forças Armadas brasileiras retiraram o escopo pacifista da política nacional de Defesa do Brasil, deixando à mostra a possibilidade de se incorporar às aventuras militaristas e intervencionistas do imperialismo. Também desde o ano passado, Jair Bolsonaro está empenhado em expulsar do país o corpo diplomático venezuelano.
Denunciamos o Grupo de Lima, uma fraude diplomática, um falso organismo multilateral, criado com a função precípua de respaldar desde o exterior as forças internas golpistas e preparar o terreno para uma intervenção.
Igualmente, denunciamos as ações militares desencadeadas no território venezuelano por grupos terroristas armados colombianos, ligados ao narcotráfico e respaldados pelo governo de extrema direita da Colômbia.
No transcurso do 19 de Abril, Dia Global de Ação em Solidariedade com o Povo Venezuelano, expressamos a nossa convicção de que este povo vencerá. Tem forte unidade e capacidade de mobilização, união cívico-militar, uma liderança lúcida e capaz, disposta a derrotar custe o que custar a ofensiva imperialista e defender as suas conquistas.
Estas qualidades do povo venezuelano se expressaram mais uma vez nas últimas eleições legislativas de dezembro do ano passado e na formação de uma sólida maioria política para assegurar a continuidade da Revolução Bolivariana, inaugurando uma nova etapa na vida do país. Acumulam-se as forças e criam-se as condições para derrotar a extrema direita e os planos de intervenção do imperialismo estadunidense no país.
Como dizia Chávez, esta é a época do anti-imperialismo, em que as forças da paz, da soberania nacional, dos direitos dos povos e da justiça são chamadas a se unir, resistir e lutar.
Para o Conselho Mundial da Paz, a ação em solidariedade com o povo venezuelano, em apoio indeclinável à luta em defesa de sua Revolução, faz parte do conjunto de nossas tarefas, da luta pela paz em que estão empenhados os povos e as forças progressistas em todo o mundo. Pelo fim das agressões do imperialismo estadunidense e seus cúmplices, do golpismo e à ingerência na soberania venezuelana,
Viva a Venezuela e o seu povo resistente,
Viva Bolívar e a segunda independência da Nossa América!