René González, um dos cinco antiterroristas cubanos condenados a longas penas nos Estados Unidos, foi ameaçado de morte em Miami, segundo uma denúncia publicada nesta quarta-feira (4) pelo jornal Granma.
Um programa de rádio em Miami, comandado pelo jornalista Edmundo García realizou um debate para discutir o novo pedido feito pelo advogado de René, Philip R. Horowitz, à juíza do caso, Joan Lenard, para que fosse modificado o tempo final da liberdade condicional e que com a renúncia da cidadania estadunidense, René pudesse retornar definitivamente para Cuba.
O jornalista questionou a audiência sobre se René deveria ou não retornar para Cuba. De 25 chamadas, sete não se posicionaram; 16 foram a favor da libertação total de René; duas contra, opinando que deveria finalizar o tempo da prisão condicional; e uma, a mais séria de todas, com a explícita ameaça a integridade física de René.
Seguem as declarações:
Ouvinte: Que fique, eu quero que ele fique, e quanto mais sofrimento ele e família tenham, melhor para nós, que fique.
Edmundo Garcia: Ah, e quando ele deixou de viver nos Estados Unidos pode… Ouvinte: Ele não vai ficar, ele não vai ficar. Olha o que aconteceu a Airline Brokers. Pode acontecer com ele também, igualzinho.
Edmundo Garcia: Ah, ah, como é interessante…
Ouvinte: Ele não é tonto, ele conhece…
Edmundo Garcia: Você está reconhecendo que haveria a intenção de fazer-lhe mal?
Ouvinte: É claro e com prazer, é claro…
Edmundo Garcia: Você acabou de dizer que estariam dispostos a assassiná-lo, não?
Ouvinte: Que lhe modifiquem a saúde! Que ocorra o que tem de ocorrer… Todo mundo sabe disso.
Edmundo Garcia: Você disse que há pessoas aqui que querem feri-lo e matá-lo?
Ouvinte: Claro, claro…
Edmundo Garcia, em seu texto no Granma, assinala a covardia do ouvinte anônimo, que evitou a palavra assassinato, utilizando do eufemismo “mudar a saúde” e menciona, ainda, outras manifestações dos direitistas de Miami, contra a libertação de René. No dia 27 de abril, a agência de viagem Airline Brokers, em Miami, especializada na ilha caribenha, sofreu um atentado terrorista.
“O FBI não só não esclareceu senão que também não conseguiu identificar um só suspeito, ainda quando site abertamente vinculados ao terrorismo -inclusive ao assassino Luis Posada Carriles- emitiram comentários que indicam um conhecimento claramente suspeito do crime”, denunciou.
De acordo com Allard, um investigador especializado nas relações Washington-Havana e na hostilidade anticubana dos EUA, se a ameaça fosse dirigida contra alguma autoridade estadunidense teria sido convertida em uma espetacular operação policial, considerou.
Para Allard, chama a atenção a impunidade com a que ocorrem atos contra Cuba em Miami, cidade qualificada por ele de “santuário terrorista criado pela CIA para sua guerra suja contra América Latina”.
Com informações do blog Solidários e da Prensa Latina