Socorro Gomes visita prisioneiros políticos no Paraguai e garante apoio na luta por direitos

paraguai socorro gomes presos polticosA presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes visitou presos políticos paraguaios na Penitenciária Nacional de Tacumbú, região metropolitana de Assunção, na terça-feira (12). Socorro reuniu-se também com organismos de Direitos Humanos, parlamentares e organizações membros da coalizão de esquerda Frente Guasu, com o objetivo de conhecer melhor a situação paraguaia em geral e particularmente a questão das violações aos direitos humanos.

Na penitenciária, a presidenta do CMP conversou com o atual diretor penal, Gerardo Delvalle, a quem manifestou sua preocupação sobre as condições precárias em que estão reclusos quase três mil detentos. Acompanhada do deputado paraguaio membro do Parlasul, Ricardo Canese, ela visitou o líder da resistência camponesa de Curuguaty Rubén Villalba e os dirigentes políticos Agustín Acosta, Roque Rodríguez, Gustavo Lezcano, Basiliano Cardozo e Arístides Vera, que lhe contaram sobre as graves violações sofridas devido ao processo arbitrário a que foram submetidos e hoje não têm direito à defesa, tampouco à liberdade.

“Para nós, esta detenção é produto de uma sociedade onde a propriedade tem mais valor que a vida humana e a liberdade”, disse Socorro. “No Brasil e no Paraguai sofremos as consequências de uma apropriação ilegítima de terras por parte de grandes empresários, terras que pertencem aos nossos povos e são utilizadas para sustentar a ganância de multinacionais sobre a população”, completou.

Socorro se comprometeu a ampliar, através do Conselho Mundial da Paz, a agenda de ações de solidariedade pela liberdade dos camponeses paraguaios processados injustamente. Há pouco tempo o deputado estadual pelo PCdoB-RS, Raúl Carrión, visitou os camponeses de Curuguaty que na ocasião estavam internados no Hospital Militar, em greve de fome.

Rubén Villalba solicitou que o CMP e órgãos governamentais do Brasil façam a mediação para que se encerre a situação a que estão submetidos atualmente, onde os direitos civis e políticos desses dirigentes estão sendo sistematicamente violados pelas autoridades paraguaias. Os presos políticos entregaram ainda uma carta a Socorro, onde apresentam ao Conselho Mundial da Paz a situação de cada um. Leia o documento na íntegra:

O Conselho Mundial da Paz é um movimento internacional de ação de massas, democrático e independente. É uma parte integral do movimento pela paz no mundo e atua em cooperação com outras organizações internacionais e movimentos sociais. O CMP é a maior estrutura pela Paz Internacional, com sede em mais de 100 países.

Desde sua criação em 1949, o CMP tem sido uma organização ativista pela paz, contra guerras e pela segurança mundial, soberania dos povos, justiça econômica, social e desenvolvimento. Luta ainda pela proteção ao meio ambiente, defesa dos direitos humanos e patrimônio cultural, leva solidariedade e apoio aos povos e aos movimentos de libertação que lutam pela independência e integridade de seus países.

Sobre o caso de Rubén Villalba: Em 2 de julho passado o juiz de Salto de Guaíra, Benito González, rechaçou o pedido de dispensa e de incidentes de anular a acusação e provas apresentadas na Audiência Preliminar pela defesa técnica do dirigente camponês. Ao mesmo tempo, o juiz levou a causa a Juízo Oral que ainda não tem dada para realização, enquanto isso Rubén Villalba seguirá detido de forma ilegal e arbitrária, acusado de um crime manipulado contra ele, cuja pena máxima é de três anos de reclusão.

O dirigente camponês está em prisão preventiva faz 21 meses pelo delito de que é falsamente acusado. O juízo oral pelo Caso Curuguaty está previsto para o próximo dia 17 de novembro. Sobre os outros seis dirigentes políticos Agustín Acosta, Roque Rodríguez, Simeón Bordón, Gustavo Lezcano, Basiliano Cardozo y Arístides Vera, são dirigentes políticos condenados em primeira instância com violação a todos os princípios básicos de direito como “bodes expiatórios” de um crime que não cometeram.

Estão presos por ter lutado por terra, pela vida e pela construção de uma nova sociedade sem explorados nem exploradores.

Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho, com informações de ativistas dos Direitos Humanos do Paraguai

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s