Universidade baiana promove debate sobre a Palestina com embaixador Ibrahim Alzeben e Socorro Gomes

Docentes e alunos de graduação e pós-graduação e estudantes da rede estadual de ensino lotaram o Teatro Uneb (Universidade do Estado da Bahia), em Salvador, em 4 de setembro, para participar do debate “Palestina: guerra ou massacre?”, realizado pela Secretaria Especial de Articulação Interinstitucional (Seai).

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, a presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mudial da Paz, Socorro Gomes, e a representante da Fundação Maurício Grabois (FMG), Olívia Santana, participaram do debate.

De acordo com o portal da universidade baiana, o diplomata palestino fez um apelo: “Conto com a ajuda e sensibilidade de vocês para acabar com a desinformação. Convido-os para uma investigação sobre a luta na Palestina, porque assim vocês vão ajudar muito a acelerar o processo de libertação daquele povo e a diminuir o número de vítimas na região”.

O embaixador afirmou que os conflitos na região foram amplificados com a criação do Estado de Israel, em 1948, através de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Partilha já injusta da Palestina. “O povo não foi consultado sobre a divisão e os palestinos ficaram com a menor parte”, destacou. Alzeben pontuou ainda que a região é rica em petróleo e está estrategicamente posicionada entre a Europa, a Ásia e a África.

No último mês, mais uma ofensiva contra a Faixa de Gaza deixou evidente a dimensão da política agressiva e multidimensional do governo israelense contra os palestinos. Em mais de 50 dias de bombardeios, cerca de 2.150 pessoas foram mortas, majoritariamente civis e mais de 500 crianças, além da devastação de milhares de lares e da infraestrutura essencial, enquanto uma ofensiva também é conduzida, desde junho, contra a Cisjordânia.

Socorro Gomes pontuou que os conflitos na região da Palestina não têm motivações religiosas, como apresentam alguns atores extremistas do lado israelense e da mídia global conservadora, mas interesses econômicos e geopolíticos: “Essa não é uma guerra religiosa. Não são judeus contra palestinos. O governo de Israel usa acordos como os que possui com os Estados Unidos para massacrar o povo palestino, já que também existem interesses políticos de superpotências na região”.

A presidenta ressaltou a importância de manifestar repúdio à destruição imposta pelo governo israelense ao povo palestino e de resgatar a consciência “da necessidade de conquista da paz e da garantia dos direitos plenos dos palestinos ao seu futuro”.

Socorro abordou um breve histórico da ocupação sionista da Palestina, passando pela colonização promovida pelo imperialismo europeu, a instituição do Estado de Israel, as resoluções da ONU sobre os direitos da Palestina, a construção do Muro de Segreação, a construção de colônias, os prisioneiros políticos palestinos detidos em cárceres israelen

Mundo universitário aberto e internacionalizado

ses e as últimas grandes ofensivas contra Gaza e a Cisjordânia. Ela pontuou também importantes conquistas recentes dos palestinos no foro internacional, como o seu reconhecimento enquanto Estado observador não membro por mais de 130 países na Assembleia Geral da ONU, em 2012.

Gestores e diplomata participaram da mesa de abertura do debate

De acordo com a Universidade, a proposta era tornar a instituição e o debate abertos. “O vestibulando Erick Santos visitou a Uneb pela primeira vez”, aponta o portal institucional. “O debate foi muito enriquecedor e o que aprendi aqui estará no vestibular. Precisamos pensar cada vez mais sobre os problemas do mundo”, disse Erick.

Segundo o organizador do debate e Secretário da Seai, professor Ricardo Moreno, a Universidade instituiu como política prioritária a promoção de reflexões e atividades sobre os grandes temas e conflitos mundiais. “Esse é o grande assunto do mundo na atualidade. E não podemos deixar de discutir, dentro da nossa Instituição, uma guerra em curso”, destacou.

O Reitor da Uneb, professor José Bites de Carvalho, foi representado pelo Pró-Reitor de Ensino de Graduação (Prograd), professor Marcius Gomes, que ressaltou a importância de trazer o debate para o ambiente universitário e da inserção dos estudantes nas discussões sobre o tema. O evento contou com apoio da Secretaria Especial de Relações Internacionais (Serint) da Universidade, da FMG, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e da União da Juventude Socialista (UJS).

O debate integrou também a programação do 18º Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Contábeis (Erecic) Bahia, que seguiu com programação até o dia 7 de setembro no Campus I da Uneb, em Salvador.

Além disso, representantes da Equipe Central de Gestão Universitária participaram de uma reunião com o Embaixador da Palestina, entregando uma carta de intenções para cooperação técnica-científica, pedagógica e de mobilidade entre a Uneb e o Estado palestino. O embaixador se colocou à disposição para avaliar o documento e para auxiliar na articulação entre as Universidades palestinas com a Uneb, com o objetivo de concretizar parcerias.

Com informações da Uneb

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