Uma entidade a serviço da causa da paz entre os povos e nações

No dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, quando a Organização das Nações Unidas fez a sua mais importante afirmação dos valores democráticos, inclusive o direito à rebelião contra a tirania, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) completa 10 anos de uma profícua existência.

Por José Reinaldo Carvalho*

Não foi por acaso que os pacifistas internacionalistas brasileiros, herdeiros das melhores tradições de combatentes que desde os finais dos anos 1940, deram o melhor de si no combate ao perigo de uma nova conflagração mundial, escolheram a histórica data para refundar no Brasil uma organização simultaneamente pacifista, internacionalista e anti-imperialista. Foi por compartilhar os princípios naquela altura vitoriosos, graças às heroicas lutas dos povos de todo o mundo, e ainda vigentes.

Profundamente identificado com o Conselho Mundial da Paz, cuja Presidência exerce desde 2008, o Cebrapaz assinala em sua Carta de Princípios: “Em todo o mundo os povos manifestam-se contra as guerras, a violência e as injustiças que têm sido promovidas por elites que exercem o poder absoluto no planeta através da concentração dos recursos econômicos, políticos e bélicos. Em defesa da democracia condenam a escalada do autoritarismo que os transformam em escravos dos desígnios imperialistas. Os atos de violência de variada natureza se sucedem em resposta à crescente opressão exercida por governos que se distanciam da ONU, criada para a defesa dos Direitos Humanos e da autonomia das nações. Lideradas pelos Estados Unidos, as elites autoritárias impõem a sua vontade pela força, destruindo países e massacrando populações civis”. (…) “Defendemos a paz mundial, com justiça social, distribuição de renda e de riqueza, democracia, soberania nacional e desenvolvimento”.

É um alento para o país contar com a existência de uma entidade da sociedade civil, plural, democrática, patriótica, solidária, unitária e humanista, que tem como princípios e compromissos a luta pela paz mundial, contra as guerras de ocupação, em defesa da soberania de todos os povos e nações; a denúncia dos crimes de guerra, os massacres de populações civis, a abominável prática da tortura e a defesa dos Direitos Humanos; e a solidariedade ativa a todos os povos que lutam por seus direitos sociais e políticos, pela autodeterminação.

Em 10 anos de existência, esta tem sido a tônica da ação do Cebrapaz nas campanhas e manifestações de rua contra as guerras imperialistas ocorridas no período, na participação unitária em espaços como o Fórum Social das Américas, o Fórum Social Mundial, a Rede pela eliminação das bases militares estrangeiras, os encontros pelo fim da base de Guantânamo, as lutas pelo desmantelamento da Otan e contra as armas nucleares.

Nestes 10 anos, o Cebrapaz esteve na linha de frente, lado a lado com outros movimentos políticos e sociais, da solidariedade com os povos agredidos pelo imperialismo e seus aliados. Com o povo palestino, martirizado pelo sionismo genocida do regime israelense; com os povos do Iraque, Líbia e Síria, agredidos pelo imperialismo estadunidense; com o heroico povo cubano na sua ciclópica luta contra o bloqueio que os Estados Unidos lhe impuseram há mais de 50 anos, na campanha pela libertação dos cinco patriotas; com o povo do Saara Ocidental e todos os que lutam contra o colonialismo; com os povos irmãos latino-americanos, sempre na alça de mira do imperialismo; nos esforços pela paz na Colômbia; e com os trabalhadores e povos de todo o mundo, na luta por uma nova ordem internacional, pela democratização das relações entre os Estados nacionais, em defesa da soberania nacional contra a ingerência das potências hegemônicas.

Com aguda compreensão dos problemas mundiais, a entidade firmou a convicção de que as causas da guerra radicam no injusto sistema econômico e político prevalecente. Por isso, não desvincula a conquista da paz mundial da luta contra a opressão nacional e social e proclama-se como anti-imperialista.

Num mundo marcado por permanentes ameaças de guerra, ingerências das grandes potências nos assuntos internos dos Estados nacionais, de saque das riquezas e violações dos direitos dos povos, são enormes os desafios ao movimento pacifista e anti-imperialista. Nesse quadro, fortalecer uma organização social como o Cebrapaz é um imperativo às forças progressistas e patrióticas.

O Portal Vermelho associa-se ao sentimento de júbilo da militância e dos dirigentes do Cebrapaz e toma como sua divisa as palavras da presidenta da entidade, Socorro Gomes, que também lidera o Conselho Mundial da Paz, no ato comemorativo do 10º aniversário: “A luta pela paz é dos povos, e como tal é um combate anti-imperialista, pois é o imperialismo que causa as guerras. O Cebrapaz está a serviço desta nobre e elevada causa, para isso existimos, a isto devotamos a nossa militância, a isto nos dedicamos nestes 10 anos”.

*José Reinaldo Carvalho é diretor do Cebrapaz e editor do Portal Vermelho 

Fonte: Portal Vermelho

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