Solidariedade à Venezuela: Jornada Mundial enfatiza unidade anti-imperialista dos povos pela paz

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) respondeu ao apelo internacional por um Dia Global de Solidariedade ao Povo da Venezuela, lançado por diversos movimentos sociais e organizações como o Conselho Mundial da Paz. O núcleo de São Paulo do Cebrapaz realizou um encontro cultural no dia 18 e um importante debate, no dia 19 de abril, sobre a luta anti-imperialista da Venezuela, a integração soberana latino-americana e caribenha e a construção de uma região de paz.

A Jornada Global de Solidariedade à Venezuela foi convocada a partir das tensões fustigadas pela ingerência estadunidense, que atingiu o cume com a Ordem Executiva assinada em 9 de março pelo presidente Barack Obama, caracterizando a situação no país latino-americano como uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos.” Além disso, Obama impôs sanções contra o governo bolivariano do presidente Nicolás Maduro em dezembro de 2014, com a usual retórica de defesa da democracia e dos direitos humanos, na tentativa de construir um ambiente propício à tentativa de isolamento da Venezuela ou, até mesmo, à intervenção militar.

Leia aqui o apelo do Comitê de Solidariedade Internacional (Cosi), da Venezuela, e o chamado do Conselho Mundial da Paz 

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Entretanto, na semana que antecedeu a Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril, o governo Obama, confrontado pela oposição internacional às medidas contra a Venezuela, voltou atrás para dizer que já não considera o país uma “ameaça à segurança” dos Estados Unidos.

Estes temas fizeram parte do debate, coordenado por Leonardo Ramirez, do Cebrapaz-SP, nas avaliações da presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes; da pesquisadora do Centro de Estudos em Geopolítica e Relações Internacionais (Cenegri), Fabiana Oliveira; do coordenador do curso de Relações Internacionais da Unip, Charles Pennaforte; e de Ernesto Freire Pichler, da Casa da América Latina. Representando o Consulado da República Bolivariana da Venezuela, Yuruani Alvarado também compôs a mesa no domingo (19/4), intitulada “Imperialismo nos tempos de Obama”.

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A presidenta do Cebrapaz e do Conselho Mundial da Paz Socorro Gomes aborda a luta
anti-imperialista como um esforço conjunto dos povos pela paz e pela soberania

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Representante do Consulado da República Bolivariana da Venezuela, Yuruani Alvarado
fala da importância da solidariedade regional ao povo venezuelano

Os debatedores abordaram o histórico da ingerência imperialista na América Latina, principalmente a partir da instalação das ditaduras que varreram a região e dos governos neoliberais que acarretaram imensa derrota socioeconômica aos povos latino-americanos, já que alinhados às políticas ordenadas desde os Estados Unidos.

O papel do comandante bolivariano Hugo Chávez foi ressaltado como um farol que guiou a Venezuela e impulsionou a América Latina, junto com outros governos progressistas, pelo caminho de afirmação da soberania nacional e popular, de transformações sociais em prol da justiça e do desenvolvimento humano, e da participação no cenário mundial enquanto atores soberanos, promotores da paz e da igualdade. 

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Pesquisadora do Cenegri, Fabiana Oliveira (2ª à esq.)

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Ernesto Freire Pichler, da Casa da América Latina

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Coordenador do curso de R.I. da Unip, Charles Pennaforte

Neste sentido, a contraposição às imposições estadunidenses e das instituições geridas pelos EUA e pela Europa custa aos latino-americanos a estabilidade e a solidez na construção dos processos democráticos de transformação social. Enquanto as reivindicações e demandas legítimas da população por mais direitos, por mudanças e por mais conquistas se proliferam, também são fomentadas buscas agressivas pela retomada do poder e pela definição das políticas econômicas, que as elites conservadoras antes governantes pretendem retornar à subserviência, fomentadas pelo império. 

O papel dos meios de comunicação conservadores e representantes dos interesses das elites também foi enfatizado pelos debatedores como crucial na representação de uma situação de insatisfação aguda, de conflito exacerbado e de tensões oriundas de falácias construídas paulatinamente. Um exemplo levantado pela mesa é o mito sobre os governos de Hugo Chávez e agora do presidente Nicolás Maduro enquanto “ditaduras”, evidenciado enquanto tal quando se avaliam os quase 20 processos eleitorais e de consultas populares realizados neste período no país, um verdadeiro recorde em participação política na construção da Revolução Bolivariana.

A solidariedade internacional ao povo venezuelano e ao seu processo democrático bolivariano ficou plasmada na Jornada Global, realizada em diversos países, e foi demonstrada na Cúpula das Américas, em 10 e 11 de abril, no Panamá, em que 35 chefes de Estado da América participaram. A presidenta do Cebrapaz Socorro Gomes também esteve no evento, acompanhado pela Cúpula dos Povos, entre 9 e 11 de abril, também no Panamá, com o lema “América Latina, uma pátria para todos, em paz, solidária e com justiça social.”

Do Cebrapaz,
Moara Crivelente 

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