O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz saúda com grandes expectativas o povo colombiano pelo avanço das negociações encabeçadas pelo governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP).
Em 23 de setembro, o comunicado conjunto das partes no diálogo estabelece as bases de compromisso com a criação de uma jurisdição especial para a paz, onde se inclui, especialmente, a efetivação da insurgência enquanto ator político com participação legítima no sistema colombiano.
Ao mesmo tempo, referindo-se ao quarto ponto da agenda dos diálogos iniciados em 2012 e mediados por Cuba e pela Noruega, o comunicado reafirma o compromisso conjunto com “uma fórmula de justiça que satisfaça os direitos das vítimas e contribua com a construção de uma paz estável e duradoura.” Neste sentido, o Cebrapaz saúda o importante esforço de estabelecimento do Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição, fundamental para a transformação deste brutal e duradouro conflito de mais de 50 anos. A memória e a justiça andam ao lado da construção da paz, todas intrinsicamente ligadas.
Ao anunciar o Acordo de Criação da Jurisdição Especial para a Paz, em Havana, o comandante Timoleón Jiménez, das Farc-EP, disse que o esforço deverá “garantir o respeito aos direitos das vítimas” e dinamizar “a assinatura de novos acordos, neste trecho fundamental para alcançar o fim do conflito.”
É um importantíssimo “pedaço de vitória”, como disse o comandante, não só para o povo colombiano como para toda a América Latina e Caribe, que defendemos como Zona de Paz, acima de tudo, livre da opressão oligárquica sustentada pelo imperialismo estadunidense, como demonstram as raízes do conflito na Colômbia.
Para os movimentos internacionais de luta pela paz, solidários ao povo colombiano, a notícia do acordo é alvissareira e traz fôlego para a continuidade. Apoiamos o povo colombiano na demanda por paz com justiça social, pelo fim imediato das ofensivas e do paramilitarismo responsáveis pela brutal violência que demarca estas cinco décadas, sobretudo no campo.
Além disso, a participação política popular se faz essencial para a sustentabilidade do processo de paz. Ansiamos os resultados do compromisso com este processo, que diz respeito a todos os povos da América Latina, Zona de Paz, em solidariedade ao povo colombiano!
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