É com consternação, pesar e veemente repúdio que o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) recebe a notícia de mais duas mortes na Palestina ocupada por Israel: de Maram Salih Hassan Abu Ismail, 23 anos, que era mãe e estava grávida, e de seu irmão mais novo, Ibrahim, de 16 anos. Ambos foram mortos a tiros pelas forças israelenses no posto de controle militar de Calândia, entre Jerusalém e Ramallah, em 27 de abril.
Mulher palestina olha para um soldado israelense no posto de controle
militar de Calândia, julho de 2015 (arquivo). Fonte: Maan
Os soldados alegaram que Maram os ameaçara com uma faca, pelo que dispararam contra o seu corpo cerca de 15 vezes, segundo testemunhas. Seu irmão, quando corria para socorrê-la, também foi alvejado. Testemunhas disseram ainda que as autoridades israelenses mentem no relato: mais uma vez, a vítima da brutalidade da ocupação, como em outros casos já noticiados, não apresentava “ameaça” qualquer. O Crescente Vermelho também relatou à mídia palestina que as autoridades israelenses negaram acesso dos paramédicos a Maram e seu irmão para socorro.
Desde outubro de 2015, mais de 220 palestinos e 30 israelenses foram mortos em mais um período de intensificação da violência, que se repete em ciclos fatais devido à persistência da ocupação criminosa da Palestina por Israel. De acordo com a Organização das Nações Unidas, investigações mostram que as forças israelenses têm implementado uma política de execução extrajudicial, matando palestinos que não apresentavam “risco”. Ainda assim, os responsáveis continuam impunes pelos assassinatos.
Por isso, o Cebrapaz volta a repudiar a persistência da ocupação militar da Palestina por Israel, que mantém mais de sete mil palestinos presos, inclusive mais de 400 crianças, esparrama postos controle sobre a Palestina, rouba terras de palestinos para a expansão de enormes colônias ilegais, mantém a Faixa de Gaza em estado de sítio e lança operações militares repetidamente, matadando cada vez mais pessoas e devastando o território, perpetuando um caos humanitário.
Exigimos a responsabilização pelos crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados pelas forças israelenses a mando ou negligência das autoridades no governo, que efetiva sua política de extermínio, segregação e de opressão do povo palestino com a anuência das forças imperialistas. Denunciamos que, confrontado pela resistência do povo palestino e por sua luta pela libertação, o governo genocida de Israel ainda busca legitimar a opressão de um povo inteiro.
Pelo fim da ocupação da Palestina, já!
Pela responsabilização do governo criminoso de Israel!
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