A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizou na terça-feira (20) um ato pela passagem do Dia Mundial de Jerusalém (Al-Quds), numa iniciativa do núcleo do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ) do Distrito Federal, da Embaixada da República Islâmica do Irã e de várias outras entidades, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Unegro, a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a União da Juventude Socialista (UJS).
O Dia Mundial de Al-Quds (nome árabe da cidade milenar de Jerusalém) foi instituído em 1979 pelo líder máximo da revolução iraniana, o aiatolá Khomeini, e é comemorado na última sexta-feira do mês do Ramadã (que em 2017 ocorre em 23 de junho), por considerar que a causa palestina é uma questão internacional, de soberania e de direitos humanos e que o sofrimento do povo palestino é o símbolo da opressão de todos os povos. Ao mesmo tempo, considera o desrespeito à Jerusalém Histórica como um desrespeito à diversidade e à tolerância religiosa.
A parte oriental de Jerusalém é a capital do Estado da Palestina e uma das mais antigas cidades do mundo, considerada sagrada pelas três religiões monoteístas: islamismo, cristianismo e judaísmo. Fundada no quarto milênio a.C., Jerusalém foi destruída pelo menos duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes.
O Cebrapaz foi representado pelo coordenador do núcleo do DF, Marcos Tenório, que saudou a todos os “que amam a justiça e os legítimos direitos do povo palestino e de todos os povos que vivem sob ocupação, sob colonialismos, cercados e violados pelos muros da vergonha e sob a opressão dos arrogantes em todo o mundo”.
Tenório afirmou que a “questão da Palestina e de Jerusalém, em particular, é o problema mais urgente da humanidade”, por isso simboliza a causa de um povo “que o mundo tem sido incapaz de resolver e assegurar seus direitos, de devolver a eles o que lhes tem sido usurpado. Um povo o qual sua terra continua a sofrer os piores tipos segregação do planeta”.
Ele denunciou que, no Brasil, defensores da “ocupação sionista têm comprado o apoio de bancadas no Congresso Nacional e de igrejas evangélicas, e as põe para trabalhar em seu favor.”
O embaixador do Irã, Seyed Ali Saghaeyan, agradeceu a posição positiva do Brasil em apoio à Palestina e ao seu povo oprimido, ao reconhecer o Estado da Palestina desde 2010. Ele afirmou que as medidas perigosas tomadas pelo regime de Israel para continuar a ocupação de todo o território palestino, massacre da população inocente, mudança na composição demográfica, acentuação das ameaças a Jerusalém, bem como a expansão permanente das colônias e cerco à Faixa de Gaza, é o que existe de mais grave e priva o povo palestino de seus direitos básicos.
Saghaeyan disse acreditar que a solução para a crise da Palestina não será possível a não ser pela continuação da resistência palestina, apoiando-se o seu potencial de luta até o fim completo da ocupação, da volta dos palestinos expatriados, a entrega do direito de escolha do destino ao povo palestino e da criação de um Estado íntegro com soberania total da Palestina, “de maneira que todos os moradores de origem palestina, sejam eles muçulmanos, cristãos ou judeus, participem junto com os palestinos expatriados numa eleição livre e democrática, tendo Jerusalém como a capital do país”.