O representante da Frente para a Libertação de Saguía el-Hamra e Río de Oro (Frente Polisario) no Brasil, Emboirik Ahamed, participou de diversas atividades na Bahia, acompanhado da coordenadora do núcleo baiano do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz-BA), Maria Ivone Santana Souza, do presidente nacional Antônio Barreto e da vice-presidenta Jussara Cony. Em universidades e no sindicato de professores, Ahamed abordou a luta do povo saaráui por autodeterminação em eventos entre 16 e 18 de outubro.
O diplomata Emboirik Ahamed chegou ao Brasil neste ano. Os sucessivos representantes da Frente Polisario teriam o posto de embaixadores da República Árabe Saaráui Democrática (RASD) caso o Brasil reconhecesse o país declarado em 1976 (já reconhecido por mais de 80 outras nações, inclusive quase todas as latino-americanas). Esta é uma das lutas do movimento brasileiro solidário ao povo saaráui.
Durante a abertura do Seminário Internacional do Fórum Social Mundial (FSM) na Universidade Federal da Bahia (UFBA), anunciou-se a presença do representante, que foi recebido pelo reitor da universidade. Outro delegado saaráui participava do ato, em 16 de outubro.
No dia seguinte, 17 de outubro, o representante deu uma palestra na Universidade Estadual da Bahia (UNEB) para alunos do curso de Política Internacional e de História. No evento, participou também a consulesa cubana Laura Pujol, a convite do Cebrapaz-BA. Ambos relataram o histórico de solidariedade de Cuba para com o povo saaráui. Mais de quatro mil professores, médicos, engenheiros, técnicos, entre outros profissionais, formaram-se em Cuba ao longo das últimas décadas.
Já em 18 de outubro, Emboirik Ahmed deu uma palestra na Universidade Salvador – UNIFACS, para alunos de Relações Internacionais e, no mesmo dia, reuniu-se com dirigentes sindicais e do movimento social na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação – Associação dos Professores Licenciados do Brasil (ALPB), que tem cerca de 100 mil associados.
De acordo com o presidente do Cebrapaz, Antônio Barreto, as atividades foram profícuas e suscitaram positivo engajamento dos participantes, instigados pela “verdadeira aula de história do povo saaráui e dos povos da África”. Também foi resultado positivo a ideia dos sindicalistas de fundação do Comitê Bahiano pela Independência do Saara Ocidental, iniciativa com que o Cebrapaz-BA também se comprometeu.
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