Campanha pelo fim das armas nucleares nos 65 anos do Apelo de Estocolmo

O Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), membro da Secretaria do Conselho Mundial da Paz (CMP) e na sua coordenação da Região Europa, lançou uma campanha no âmbito da comemoração dos 65 anos do Apelo de Estocolmo contra as armas nucleares, em agosto de 2015. O objetivo é trazer o apelo de volta à atenção, assim como fortalecer a luta pela abolição dessas armas, ainda mantidas principalmente pelas maiores potências imperialistas, em constante ameaça contra os povos do mundo. Leia a campanha do CPPC a seguir.

Pelo fim das armas nucleares!
NOS 65 ANOS DO “APELO DE ESTOCOLMO”

Apelo de Estocolmo

Exigimos a interdição absoluta da arma atómica, arma de terror e de extermínio em massa de populações.
Exigimos o estabelecimento de um vigoroso controle internacional para a aplicação dessa medida de interdição.
Consideramos que o governo que primeiro utilizar a arma atómica, não importa contra que país, cometerá um crime contra a humanidade e será tratado como criminoso de guerra.
Pedimos a todos os homens de boa vontade no mundo inteiro que assinem este apelo.
Março de 1950

Em março de 1950, o movimento internacional de partidários da Paz, na sequência do fim da Segunda Guerra Mundial, constituiu-se em Conselho Mundial da Paz e, perante a ameaça da repetição do horror de Hiroxima e Nagasaki, lançou um Apelo pelo banimento das armas nucleares sob estrito controle internacional, denunciando a sua natureza intimidatória e de assassínio massivo.

Mas volvidos 65 anos, cinco potências nucleares detêm arsenais nucleares declarados, e cinco outros países detêm-nas também, porém sem terem subscrito o Tratado de Não Proliferação alcançado em 1968.

Hoje, como então, receamos que algum Estado agressor possa antecipar o lançamento da arma nuclear contra algum outro Estado, pretendendo tirar vantagem militar, o que seria crime cometido contra a humanidade, a ser tratado como crime de guerra. Todavia, sabemos hoje que a dimensão dos arsenais e a escala planetária dos impactos tornaram o julgamento de tal crime uma impossibilidade. Seria o fim da Justiça, por ser o fim da Civilização.

Assim, todos nós, organizações e pessoas que subscrevemos este documento:

Invocamos e saudamos o exemplo dos activistas e personalidades que intervieram pela abolição das armas nucleares e que redigiram o Apelo de Estocolmo, bem como os milhões de homens e mulheres, avós e pais das gerações presentes, que o subscreveram então em todo o mundo. E bem assim os que, quer no movimento da Paz quer nas instituições internacionais, desde então vêm incansavelmente lutando pela sua divulgação, sua causa e sua necessária aplicação.

Apelamos à consciência de todos para a convergência de vontades na acção em torno dessa causa cuja actualidade permanece – desarmar a estratégia de tensão e de ilusória superioridade militar que conduziria ao genocídio nuclear.

Afirmamos como urgente o fim das armas nucleares e de extermínio em massa de populações, das bases militares estrangeiras, assim como o desarmamento geral e controlado.

Exigimos o cumprimento das determinações da Carta das Nações Unidas, em respeito pelo direito internacional e pela soberania dos Estados e igualdade de direitos dos povos.

Fonte: CPPC

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