No Dia Internacional da Paz, seminário sobre América Latina reforça apelo à unidade anti-imperialista

Termina nesta sexta-feira (21), Dia Internacional da Paz, o 2º Seminário Internacional “Realidades e Desafios da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz”, promovido pelo Conselho Mundial da Paz e o Movimento Cubano pela Paz e a Soberania dos Povos (MovPaz), em parceria com outras entidades cubanas. O apelo reforçado no seminário foi pela unidade na resistência à agressividade dos EUA em sua tentativa de desestabilizar a região.

De acordo com a Prensa Latina, participantes vindos de 10 países buscam ratificar a Proclamação da América Latina e Caribe como Zona de Paz pelos chefes de Estado e Governo dos 33 países membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

O compromisso, adotado em Havana em 2014, demarcou claramente a visão dos povos latino-americanos e caribenhos para a região e o seu papel no mundo, já que baseada na solidariedade internacional, em prol da construção da paz em todo o planeta. Segundo especialistas cubanos citados pela Prensa Latina, também significou um obstáculo para os interesses hegemonistas dos EUA.

Em seu discurso de abertura, a presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) Socorro Gomes denunciou a agressividade da ofensiva imperialista contra a região, mas destacou a resistência dos povos no enfrentamento aos crescentes desafios. Abordando as situações da Venezuela, do Brasil, Nicarágua, Equador e Argentina, onde as forças conservadoras e reacionárias respaldadas pelos EUA fomentam as crises internas e promovem ou tentam realizar golpes de Estado, Socorro também tratou da militarização regional e a subserviência de alguns governos como portas de entrada para a ingerência estadunidense.

Entretanto, a presidenta do CMP enfatizou que os latino-americanos e caribenhos têm vocação para a paz e por ela lutarão, reforçando o compromisso com a Proclamação de 2014.

Citados pela Prensa Latina, o pesquisador Luis René Fernández, do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos, e o professor da Universidade de Havana, denunciaram as medidas estadunidenses para minar o compromisso com a Zona de Paz e apelaram aos seus promotores para que reforcem ações pela preservação da unidade.

Roberto Yepe, professor do Instituto Superior de Relações Internacionais, parceiro e anfitrião do evento, abordou a acentuação da agressividade da política estadunidense contra Cuba e considerou que tal tendência deverá se manter, deteriorando as relações bilaterais. Também de acordo com a Prensa Latina, outros oradores destacaram a tática do imperialismo de manipular o termo “sociedade civil” para promover ações de subversão e desestabilização regional.

O embaixador da Bolívia em Cuba, Juan Ramón Quintana, detalhou o cenário beligerante que ameaça a região através do Comando Sul (SOUTHCOM, na sigla em inglês), um dos 10 Comandos Combatentes unificados no Departamento de Defesa dos EUA, que existe há cerca de cinco décadas e opera na América do Sul e Central e no Caribe.

Já o diplomata venezuelano Roy Chaderton, em declarações à Prensa Latina, garantiu a prontidão do seu povo na resistência à guerra midiática e de desestabilização do seu país, ao tempo em que homenageou a luta do povo cubano contra quase seis décadas do bloqueio criminoso imposto pelos EUA.

O evento ocorreu em Havana entre 19 e 21 de setembro e é a segunda edição da iniciativa. O primeiro seminário ocorreu em 2016, na mesma capital revolucionária, também promovidos pelo CMP, o MovPaz, em parceria com o Instituto Superior de Relações Internacionais e o Centro Martin Luther King Jr.